Mulheres nas Ciências, Engenharia e Tecnologia (CET): o que as pesquisas científicas apontam?

mulheres na ciencia, engenharia e tecnologia

Este texto elaborado pelo Prosperidade na terra apresenta o estado da arte dos últimos cinquenta anos sobre o tema “mulheres nas ciências, engenharia e tecnologia”.

Prosperidade na Terra


Perspectiva Histórica e Desafios

Habilidades científicas e tecnológicas são essenciais para o desenvolvimento econômico de uma sociedade, porém ao verificar a participação feminina nesses quesitos, há, historicamente, uma disparidade de gênero.

Segundo a UNESCO, menos de 30% dos cientistas do mundo são mulheres. Do total de estudantes matriculados em cursos de ciências, engenharia e tecnologia (CET), somente 35% são mulheres, com participação predominante no campo das ciências da vida.

Ainda que a mulher traga uma variedade de experiências e habilidades específicas e, muitas vezes, novas formas criativas de resolver problemas em CET, levantamentos recentes relacionados as áreas CET mostraram que mulheres ganham menos por suas pesquisas e não evoluem em suas carreiras na mesma velocidade que os homens.

Pode-se estender esse mesmo conceito ao campo profissional de modo geral, a promoção das mulheres em postos de maior responsabilidade é limitada, fenômeno metaforicamente tratado como “teto de vidro”.


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Exemplos

Veja o caso do Brasil: embora o número de mulheres brasileiras com bolsa de iniciação científica, mestrado e doutorado ser superior ao dos homens, elas representam apenas 33% do total de bolsistas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Reproduzida de MORENO e MURTA, Em QuestãoSoftware RStudio

No mapa-mundo observa-se a distribuição da produção científica. Quanto mais forte for a intensidade de cor azul, maior é a produção científica daquele determinado país. Verifica-se que, embora existam publicações em todos os continentes, consolidando a importância da temática em escala mundial, elas se concentram na América do Norte, Europa e Oceania.

Os Estados Unidos constam em primeiro lugar, com 312 artigos, seguido do Reino Unido, com 25. O Brasil aparece em décima posição, com cinco artigos. Os demais países da América Latina apontados no mapa-mundo, com as respectivas quantidades de artigos, são Colômbia (dois), Chile (dois), México (um) e Argentina (um).

Leaky Pipeline

Um fator importante nesse processo é o chamado afunilamento, ou leaky pipeline, que significa que há uma maior probabilidade das mulheres deixarem suas carreias nas áreas CET em comparação com os homens, sendo diversos e complexos os fatores que levam à sua ocorrência e assim, à sub-representação de mulheres em CET. Apesar de existirem progressos, sobretudo pelo atual comprometimento de organismos internacionais com as questões de inclusão igualitária em CET, as diferenças persistem, não sendo fácil superá-las.

Estudos mais recentes

Estudos realizados nos últimos anos têm proporcionado uma melhor compreensão sobre a presença das mulheres nas ciências, engenharia e tecnologia. Mas, nota-se carência de registros numéricos e de análise de tendências das publicações científicas. Entendemos que tais registros sejam fundamentais para se ter a real dimensão da situação-problema aqui dissertada.

Não se pode desconsiderar as implicações sociais, econômicas e políticas sobre a inclusão de mulheres nas ciências, engenharias e tecnologia. Cabe aqui ressaltar que qualquer esforço científico voltado a pesquisas que estudem o assunto será importante, sobretudo diante da necessidade de desenvolvimento de um indicador que contribua para o acesso a dados mais precisos.

O que desejamos para o futuro

É preciso refletir sobre os motivos para a sub-representação de mulheres nas ciências, engenharia e tecnologia, embora sejam complexas e existem em vários níveis (individual, familiar, sistema educacional, local de trabalho e na sociedade, em geral).

A representação das mulheres nestes campos de estudo é fundamental se quisermos verdadeiramente uma economia futura altamente evoluída. Estudos sobre o tema deve continuar, explorando os níveis e os fenômenos subjacentes à participação das mulheres na CET, a fim de encontrar respostas a esta questão social de longa data.

Nesse sentido, acreditamos que o conjunto de informações reunidas neste artigo pode servir de referência para pesquisadores localizarem lacunas e temas de pesquisa que exijam mais esforços científicos. Sintetizamos algumas percepções delineadas das análises conduzidas, e que se configuram como sugestões de abordagens para novos estudos.


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